Blog 16/4/2025
Ana Martins, Managing Director – Compliance, Governance & Sustainability da Timestamp, explica-nos as Orientações sobre as Práticas Proibidas de IA vindas da Comissão Europeia
O Regulamento da Inteligência Artificial (Regulamento (UE) 2024/1689, conhecido como "AI Act") entrou em vigor, de forma faseada, em agosto de 2024.
A 2 de fevereiro de 2025, entraram em vigor as primeiras disposições gerais do Regulamento, que estabelecem normas rigorosas para o desenvolvimento, disponibilização e utilização de sistemas de inteligência artificial.
A 4 de fevereiro de 2025, a Comissão Europeia divulgou, as "Orientações sobre as Práticas Proibidas de IA". Embora não sejam juridicamente vinculativas, estas orientações fornecem diretrizes detalhadas e exemplos práticos para uniformizar a interpretação do artigo 5.º do Regulamento da Inteligência Artificial em toda a União Europeia.
Estas proibições aplicam-se a sistemas de IA que violam princípios essenciais, como a dignidade humana, a privacidade e a não discriminação.
Correspondem a práticas que representam risco para os direitos fundamentais e valores da EU, podendo causar severos danos físicos, psicológicos, financeiros ou económicos...
A manipulação ocorre quando um sistema de IA influencia o pensamento ou as ações de uma pessoa de maneira oculta, sem que ela perceba que está a ser direcionada para uma escolha específica.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
Esta proibição abrange sistemas que exploram fragilidades de pessoas vulneráveis, como crianças, idosos, pessoas com deficiência ou indivíduos em situação de desvantagem social e económica.
A proibição existe porque esses grupos podem ter mais dificuldade em reconhecer ou resistir a manipulações, tornando-os alvos fáceis para abuso e exploração por sistemas de IA.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
Este ponto proíbe sistemas que avaliem ou classifiquem pessoas com base no seu comportamento social, características pessoais ou histórico, resultando em tratamento desigual ou discriminação.
A preocupação da União Europeia é que a IA não pode ser usada para categorizar cidadãos de forma injusta, restringindo os seus direitos ou oportunidades, com base numa pontuação arbitrária, como acontece em alguns regimes autoritários.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
O uso de sistemas de reconhecimento facial e outras formas de vigilância biométrica em espaços públicos sem justificação legal específica.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
A utilização de IA para a recolha e extração massiva de imagens faciais de fontes públicas, como a internet e câmaras de videovigilância, sem uma base legal específica, é proibida.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
O uso de sistemas de reconhecimento de emoções em ambientes de trabalho e instituições de ensino é proibido, pois representa uma violação da privacidade e pode levar à discriminação ou controlo excessivo.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
O AI Act proíbe sistemas de categorização biométrica que utilizam dados biométricos para inferir características sensíveis de indivíduos, como raça, opiniões políticas, filiação sindical, crenças religiosas, vida sexual ou orientação sexual.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
O AI Act proíbe, como regra geral, o uso de sistemas de identificação biométrica remota em tempo real (RBI) em espaços públicos para aplicação da lei.
No entanto, há exceções específicas em que essa tecnologia pode ser utilizada, desde que autorizada pela legislação nacional e cumprindo todas as condições e salvaguardas do regulamento.
Exemplos de práticas proibidas:
Exemplos de exceções admitidas:
A Comissão Europeia proibiu esses sistemas, por considerar que violam direitos fundamentais, como:
As sanções pelo incumprimento das regras relativas a práticas de IA proibidas são as mais severas previstas no AI Act, refletindo a gravidade destas infrações.
Os fornecedores e utilizadores que desenvolvam ou utilizem sistemas de IA proibidos podem ser multados em até 35 milhões de euros ou 7% do volume de negócios anual mundial da empresa infratora, consoante o valor que for mais elevado.
Estas penalizações rigorosas justificam-se pelo elevado risco que estas práticas representam para os direitos fundamentais, a segurança e os valores da União Europeia. O regulamento visa prevenir danos significativos resultantes do uso abusivo da IA.
A imposição de sanções elevadas tem como objetivo dissuadir empresas e entidades públicas de recorrerem a estas práticas ilegais e garantir um nível uniforme de proteção e conformidade em toda a União Europeia.
As empresas que desenvolvem, importam, distribuem, implementam ou utilizam Inteligência Artificial na União Europeia devem garantir que os seus sistemas não violam as práticas proibidas estabelecidas pelo Regulamento de IA (UE) 2024/1689.
Qualquer sistema que se enquadre nos cenários descritos não pode ser comercializado ou utilizado na UE, e o não cumprimento dessas regras pode resultar em multas severas e sanções legais.
Diante desse cenário, é essencial que as empresas realizem uma avaliação detalhada dos seus sistemas de IA, garantindo total conformidade com a legislação.
As empresas devem mapear, analisar e classificar os seus sistemas em matéria de Risco, de forma a identificar se se enquadram nas práticas proibidas e adotar as medidas necessárias em conformidade.
Dispomos de uma metodologia sistematizada para mapear, analisar e classificar os sistemas de IA da sua organização, identificando pontos críticos relevantes e riscos associados em alinhamento com o quadro regulamentar.
A Timestamp apresenta uma abordagem 360ª à Inteligência Artificial, que inclui as vertentes de Conformidade Regulatória; Consultadoria tecnológica e funcional; e soluções Tecnológicas, suportando a sua empresa ao longo de todo o ciclo de vida dos projetos de IA, incluindo diagnóstico, desenho, desenvolvimento, implementação dos sistemas, até à sua monitorização.
Adequamos a Inteligência Artificial à sua estratégia de negócio, requisitos e necessidades, de forma ética e responsável, garantindo o uso de melhores práticas do setor, melhores tecnologias e alinhamento regulatório.
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Por: Ana Martins | Managing Director – Compliance, Governance & Sustainability
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